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26 de abril de 2021

Especialista avalia o crescimento das Foodtechs no Brasil e a sua contribuição à sustentabilidade

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Para Vitor Skif Brito, coordenador do curso de Gastronomia do CEUNSP, a disseminação de inovações em experiências de consumo contribui para o desenvolvimento de produtos e fortalecimento do setor alimentício

A indústria de alimentos e bebidas é uma das que estão em constante mudança, e uma das que mais emprega tecnologia em soluções que acompanham o crescimento e as tendências de consumo. Por essa razão, que Vitor Skif Brito, coordenador do curso de Gastronomia do Centro Universitário N. Senhora do Patrocínio (CEUNSP), instituição que integra a Cruzeiro do Sul Educacional, comenta sobre o desafio e as exigências de inovações de alta performance do setor.

Nos últimos anos, com o amadurecimento do mercado e maior conscientização dos consumidores, a indústria tem investido fortemente em tecnologia para reformular e repensar toda a cadeia de alimentos. “É nesse contexto que as Foodtechs, startups que se objetivam em desenvolver ou aprimorar um modelo de negócio, vem oferecer novas tecnologias a fim de otimizar processos existentes nas diversas relações da cadeia alimentar ou apresentar melhorias de ofertas, produtos e inovações ao consumidor final”, explica Vitor.

De acordo com a Liga Insights FoodTechs, plataforma que reúne conteúdo sobre os movimentos de inovação, mapeamento de tendências e inteligência de mercado, atualmente, o Brasil ocupa a quinta posição no ranking de países em consumo de alimentos saudáveis. O especialista relata, que apesar de ainda não existir uma definição formal sobre o tema, pois envolve conceitos diversos que modificam o modo de criar, comprar, estocar, cozinhar e pensar sobre a comida, as foodtechs podem ser vistas como empresas que visam o desenvolvimento da cadeia de produção e distribuição de alimentos, o que é uma solução empresarial para a sustentabilidade ambiental.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), existem startups dedicadas à biotecnologia que desenvolvem produtos com baixo impacto ambiental. “Esses startups do setor de alimentos também são responsáveis por processos que proporcionam uma melhor qualidade dos alimentos, prolongando a vida útil sem adicionar produtos tóxicos, por exemplo, a criação de carnes vegetais em laboratórios ou, até mesmo, por empresas que se conectam diretamente com o consumidor final, como é o caso de aplicativos que reúnem estabelecimentos alimentícios com entrega delivery”, avalia.

Foodtechs, agentes catalisadores

Segundo o professor e especialista, a nova proposta dessas startups no mercado surge em uma era tecnológica na qual avanços, que compreendem a ciência, engenharia e indústria, afetam os hábitos de consumidores. Em paralelo a isso, a população mundial vem crescendo a passos rápidos e as matrizes de produção atuais já não dão conta. “Estamos na iminência de um potencial colapso, devido à necessidade de insumos e matérias-primas capazes de responder a essa demanda crescente”, analisa.

O especialista aponta ainda que, segundo a “The Food Tech Matters”, instituição britânica que visa ligar empresários do setor a empresas, aceleradores, investidores e outros participantes, estima-se que o valor global deste mercado alcance, em média, R$ 980 bilhões em 2022.

Vantagens das Foodtechs

De acordo com a última previsão das Nações Unidas, até 2050, a população mundial aumentará de 6,8 bilhões para 9,1 bilhões, o que significa que a demanda por alimentos também aumentará. O coordenador do curso de Gastronomia do CEUNSP, Vitor Skif Brito, aponta que esses são os fatores que têm levado muitas pessoas a se aventurarem no setor de alimentos para atender às necessidades desse segmento de mercado e expandi-lo, e que esta é uma das verticais que mais crescem no Brasil.

“São muitas as vantagens ao setor e à sociedade, pois as Foodtechs fomentam e trazem soluções relacionadas à sustentabilidade na cadeia produtiva e a diminuição do desperdício de alimentos. É produzir mais com menos, reduzindo o impacto do setor no meio-ambiente, reutilizando produtos e resíduos que seriam, a princípio, descartados, ou pensando em formas concretas de mitigar o desperdício, certo é que se espera a capacidade de alimentarmos um número cada vez maior de pessoas, o que talvez represente um dos maiores desafios mundiais”, afirma.

Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), 1,3 bilhão de toneladas de alimentos é desperdiçada ou perdida anualmente ao longo da cadeia de produção, sendo que 25% do que é descartado seria suficiente para suprir as necessidades da população com fome.

Por fim, o especialista em gastronomia enfatiza que os consumidores estão buscando soluções mais convenientes, pautadas na saúde e bem-estar, além de preocupações ambientes, desperdícios, digitalização das interações, custos e até em aspectos culturais. “Tais condições favoreceram para o surgimento das foodtechs, pois atuam como os agentes catalisadores, capazes de responder de maneira rápida e ágil à essas novas demandas do mercado e de sustentabilidade”, relata.

Modelos de foodtechs

Hoje, algumas iniciativas já são reconhecidas pelo trabalho a favor de alimentos com menor impacto ambiental e que se preocupam com o menor desperdício possível ao longo da cadeia produtiva. Confira:

  • Impossible Foods: startup californiana, produz carnes e laticínios à base de vegetais, imitando características de cor, sabor e textura de alimentos de origem animal;
  • Memphis Meats: produz carne em laboratório a partir de células animais;
  • Future Meat: plataforma de produção de carne não-transgênica, a partir de células animais e do desenvolvimento de músculos e gordura;
  • NoMoo: no Rio de Janeiro, é uma foodtech que produz laticínios a partir da castanha de caju, aplicando tecnologia à produção de alimentos;
  • A Tal da Castanha: produz leites veganos saborizados naturais, a partir da castanha de caju e amêndoas;
  • Desperdício Zero: oferece aos consumidores alimentos e produtos que estão com a data de vencimento próxima, ainda em boa qualidade, por preços até 75% mais baixos;
  • Comida Invisível: através da geolocalização conecta restaurantes, bares e varejo com ONGs, com o objetivo de prover a doação de alimentos que geralmente são desprezados.

Para saber mais sobre o curso de Gastronomia do CEUNSP, acesse: https://www.ceunsp.edu.br/graduacao/gastronomia-tecnologico/

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