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9 de novembro de 2021
Docente e aluno do Mestrado em Fisioterapia da Instituição participaram de pesquisa multinacional realizada em 14 países, para avaliar os efeitos do confinamento da pandemia nos níveis de atividades físicas das pessoas
Entre os impactos da pandemia do coronavírus na vida das pessoas está a diminuição na realização de atividades físicas, refletindo em uma população com maior índice de inatividade física nesses últimos dois anos.
Diante deste cenário, um docente e um aluno do Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), instituição que pertence ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, em conjunto com professores e pesquisadores da Universidade de Frankfurt, School Charlestown, University Jean, Monnet, Hospital Harvard Medical, Hospital Universitário de Saint-Etienne, Universidade de Roma, Universidad Politécnica de Madrid, Universidade de Santiago do Chile (USACH), Fundación Instituto Superior de Ciencias de la Salud, Hospital Geral Changi em Singapura, Universidade de Tecnologia de Durban, Universidade de Cumadiz, Universidade de Graz, University Children’s Hospital Basel, Universidade de Queensland, Universidade de Ciências Aplicadas de Offenburg, Universidade de Harvard, Vrije Universiteit Amsterdã e Faculdade de Medicina de Hamburgo, realizaram um estudo para investigar o impacto da pandemia nos níveis de atividade física das pessoas nos países afetados pela Covid-19.
Única instituição brasileira a participar do estudo, sob responsabilidade do professor de doutorado e mestrado em Fisioterapia da Unicid, Luiz Hespanhol, e tendo como colaborador de pesquisa o seu aluno de mestrado em Fisioterapia da Unicid, Gustavo Yuki, a pesquisa foi realizada virtualmente por mídias sociais, listas de mala direta e multiplicadores relacionados à saúde. O sistema utilizado foi a plataforma SoSci Survey (SoSci Survey GmbH, Munique, Alemanha), entre 3 de abril e 9 de maio de 2020. Durante esse período, os questionários estiveram disponíveis por quatro semanas em cada país.
O estudo contou com a participação de 13.503 entrevistados, com 18 anos ou mais, em países com casos de SARS-CoV2 registrados e restrições governamentais ativas que limitam o movimento e a atividade em espaços públicos.
Comparado com as pré-restrições, as atividades físicas moderadas a vigorosa relatadas diminuíram 41%, e atividade física vigorosa reduziu 42,2%. As quedas foram maiores para o tempo ocupacional quando comparado ao tempo de lazer, jovens e idosos em comparação com pessoas de meia idade, indivíduos anteriormente mais ativos versos menos ativos, mas foram semelhantes entre homens e mulheres.
Em comparação com a pré-pandemia, a conformidade com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) diminuiu de 80,9% para 62,5% os índices de atividades físicas.
Durante a pesquisa foram avaliadas nos questionários: atividades físicas no tempo de lazer, atividades físicas no trabalho, atividades moderadas e vigorosas e atividades vigorosas apenas.
Mais de dois terços dos participantes, ou seja, 9.016 que representam 66,8%, foram incapazes de manter seus níveis de atividade física anteriores. As quedas nas atividades foram de 10% a 20% maiores para o tempo ocupacional do que para o lazer. Embora não tenha tido diferenças significativas entre homens e mulheres, os participantes com maior atividade física pré-restrição tiveram diminuições maiores do que os indivíduos anteriormente menos ativos.
No que diz respeito à idade, as maiores reduções foram encontradas nos participantes mais jovens e mais velhos, assemelhando-se a uma distribuição em forma de U. Os idosos (70 anos ou mais), além disso, exibiram as maiores reduções de atividade física vigorosa.
Já entre os países, uma variação significativa foi observada na Argentina, Brasil, Chile e África do Sul, onde todos estes apresentaram uma redução do nível de atividade física moderada e vigorosa maior que 50% em comparação com o período pré-pandemia.
O resultado por categoria nos níveis de atividade física investigada antes e durante as restrições apontaram uma queda no nível de atividade física durante o lazer de 34,6% para atividades moderadas a vigorosas, e de 39,2% em atividade física vigorosa por semana (minutos/semana). As atividades físicas no quesito trabalho constaram uma redução de 53,2% em atividade física moderada a vigorosa e 49,5% em atividade física vigorosa.
No total, para os indivíduos que estavam em conformidade com as recomendações de atividades físicas da OMS antes da pandemia, os níveis médios de atividade física moderada a vigorosa relatados foram reduzidos durante as restrições em 43,2%. Em contraste, 56,9% dos participantes que não estavam em conformidade com as recomendações de atividades físicas da OMS antes da pandemia foram capazes de aumentar o nível de atividade física moderada a vigorosa, mas na maioria dos casos (76,6%) não foi suficiente para alcançar as recomendações de atividades físicas da OMS.
Os participantes que relataram ter sido infectados pela SARS-CoV2 apresentaram declínios maiores no nível de atividade física vigorosa (48,6%) quando comparados àqueles que relataram não ter sido infectados pela SARS-CoV2 (42,2%).
Portanto, a pesquisa apontou queda substancial das atividades físicas durante as restrições sociais associadas à pandemia da COVID-19. Em vista das consequências de inatividade física no curto e longo prazo, como prejuízo do bem-estar físico e mental, e uma possível maior suscetibilidade a infecções virais e aumento do risco de doenças não transmissíveis, as implicações das descobertas justificam uma consideração cuidadosa por parte do governo e da saúde.